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A história dos vibradores

07 Jul
Atualizado em 24 de Out de 2024

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A história dos consolos é surpreendentemente antiga e está repleta de descobertas arqueológicas fascinantes e referências históricas que demonstram a sua utilização ao longo de milénios. Estes objetos, utilizados tanto para prazer sexual como para fins rituais ou simbólicos, acompanham a humanidade desde a pré-história, adaptando-se e evoluindo de acordo com as culturas.

Primeiros consolos na pré-história

Os primeiros vestígios de consolos datam do Paleolítico Superior, há mais de 30 mil anos. Os arqueólogos encontraram figuras fálicas de pedra ou marfim em grutas na Europa, sugerindo que o uso de objetos sexuais não é uma inovação moderna.

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Um dos exemplos mais antigos e conhecidos foi encontrado em Hohle Fels, na Alemanha, onde foi descoberto um objeto fálico de pedra polida com 20 cm de comprimento, criado há cerca de 28 mil anos.

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Os arqueólogos acreditam que estes objetos não só tinham uma função sexual, como poderiam ter sido utilizados em rituais de fertilidade ou como símbolos de poder e masculinidade.

Vibradores na antiguidade clássica

Os antigos gregos e romanos também usavam consolos, conhecidos como “olisbos” em grego, que eram geralmente feitos de couro, pedra ou madeira. Estes objetos sexuais estão representados em diversos frescos e cerâmicas da época, indicando que faziam parte do quotidiano e da sexualidade destas culturas. Em textos literários, como os escritos do filósofo Aristófanes, é feita referência à sua utilização, sobretudo por mulheres que estiveram sozinhas durante a guerra ou que necessitaram de prazer enquanto os maridos estavam fora.

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Os "olisbos" foram também mencionados na obra de Heródoto, que relatou o uso de objetos sexuais em certas cerimónias religiosas, sugerindo que não eram usados ​​apenas para prazer privado, mas poderiam ter um significado simbólico ou ritual em certas culturas antigas.

China e Japão: tradição e erotismo

Na Ásia, especialmente na China e no Japão, a história dos consolos está entrelaçada com a arte erótica e a procura do equilíbrio sexual dentro da filosofia taoista. Na China antiga, os dildos, feitos de jade ou metal, eram considerados não só objetos de prazer, mas também ferramentas de saúde sexual.

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A energia sexual era vista como uma fonte vital de poder e longevidade, pelo que estes objetos eram utilizados nas práticas sexuais para estimular o fluxo de energia vital ou “Qi”. Textos como o “Manual do Jardim da Pureza” mencionam a utilização de falos de jade em rituais sexuais destinados a melhorar a saúde dos casais e a aumentar o prazer.

No Japão, os consolos faziam parte da cultura erótica conhecida como “shunga”, um tipo de arte que celebrava a sexualidade e o prazer. Estes objetos, muitas vezes feitos de marfim ou madeira, aparecem nas gravuras e na arte japonesas, refletindo uma aceitação mais aberta da sexualidade e do prazer feminino em certos períodos históricos.

Idade Média e Renascimento

Durante a Idade Média na Europa, a repressão sexual imposta pela Igreja levou a um declínio na documentação sobre os consolos, embora os estudiosos acreditem que o seu uso não desapareceu completamente. No entanto, foi no Renascimento que as referências a estes objetos reapareceram na literatura e na arte, coincidindo com um renascimento do interesse pelo corpo e pelo prazer físico.

Em Itália, alguns textos renascentistas mencionam o uso de dildos entre as mulheres nobres, sugerindo que o seu uso era mais generalizado do que pode parecer.

Era Vitoriana: tabu e avanços tecnológicos

Durante o século XIX, na era vitoriana, embora a sexualidade fosse um tema reprimido na sociedade, a invenção do vibrador mecânico em 1869 pelo médico George Taylor para tratar a "histeria feminina" marca um marco na evolução dos dildos.

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A presente invenção foi concebida para proporcionar “massagens pélvicas” às mulheres, com o objectivo de aliviar sintomas que hoje entendemos como necessidades sexuais não satisfeitas. Curiosamente, estes primeiros vibradores não eram considerados objetos sexuais, mas sim dispositivos médicos, permitindo que a sua utilização fosse aceite nas clínicas durante várias décadas.

Séculos XX e XXI: a revolução sexual

Com a revolução sexual dos anos 60 e 70, os dildos deixaram de ser um tabu e passaram a ser um símbolo da libertação sexual feminina. Os avanços tecnológicos permitiram a criação de uma grande variedade de modelos, materiais e formas, e a indústria do bem-estar sexual começou a ganhar terreno.

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Em 1976, a ativista e empresária Betty Dodson publicou "Sex for One", um livro que incentivava as mulheres a explorarem a sua própria sexualidade e prazer, o que ajudou a desestigmatizar o uso de vibradores e outros brinquedos sexuais.

Hoje, a indústria continua a crescer com inovações como vibradores de silicone, brinquedos controlados por aplicações móveis e personalização de experiências sexuais. Os dildos modernos não são vistos apenas como objetos de prazer, mas como ferramentas de bem-estar e autoexploração.

Principais descobertas arqueológicas de consolos

1. Paleolítico Superior (28.000 a.C.) – Gruta de Hohle Fels, Alemanha

  • Descrição: Falo de pedra polida com cerca de 20 cm de comprimento.
  • Material: Arenito.
  • Significado: Um dos objetos fálicos mais antigos descobertos. Acredita-se que poderia ter sido utilizado tanto para fins sexuais como rituais ou simbólicos relacionados com a fertilidade.

2. Paleolítico Superior (30.000-20.000 a.C.) – Suíça

  • Descrição: Vários objetos fálicos esculpidos em marfim.
  • Material: Marfim de mamute.
  • Significado: Estas figuras fálicas, tal como a descoberta em Hohle Fels, parecem estar relacionadas com a sexualidade e as crenças rituais sobre a fertilidade nas primeiras culturas humanas.

3. Grécia Antiga (500 a.C.) – Atenas, Grécia

  • Descrição: "Olisbos", dildos de pedra ou madeira utilizados na Grécia antiga.
  • Material: Madeira, couro, pedra.
  • Significado: Os “olisbos” eram comummente utilizados pelas mulheres gregas, e tinham também uma função ritual nas cerimónias religiosas. Representações destes objetos surgem em cerâmicas e vasos da época.

4. Roma Antiga (1 a.C. – 1 d.C.) – Pompeia, Itália

  • Descrição: Objectos fálicos em frescos e cerâmicas da antiga Pompeia.
  • Material: Pedra, mármore.
  • Significado: Os romanos consideravam os objetos fálicos como símbolos de fertilidade e proteção, e utilizavam-nos tanto em contextos sexuais como em rituais religiosos.

5. ª Dinastia Han (206 a.C. – 220 d.C.) – China

  • Descrição: Falos de jade e outros materiais preciosos, utilizados nas práticas taoístas.
  • Material: Jade, bronze.
  • Significado: Na China antiga, o uso de dildos estava ligado a práticas relacionadas com a saúde sexual e a energia vital no Taoísmo.

6. Japão (1600 d.C.) – Período Edo

  • Descrição: Vibradores de madeira e marfim utilizados na arte erótica "shunga".
  • Material: Madeira, marfim.
  • Significado: Estes objetos foram retratados em obras de arte eróticas, sugerindo uma atitude mais aberta em relação à sexualidade feminina na cultura japonesa.

7.º Renascimento (1500-1600 d.C.) – Itália

  • Descrição: Vibradores mencionados em textos renascentistas e na literatura da época.
  • Material: Pele, madeira.
  • Significado: Embora não tenha sido encontrado um grande número de objetos arqueológicos deste período, os textos indicam que as mulheres usavam dildos em Itália, especialmente nas classes mais altas.

8.º Século XIX (1869) – Estados Unidos

  • Descrição: Primeiro vibrador mecânico, inventado pelo Dr. George Taylor.
  • Material: Ferro e aço.
  • Significado: Embora não seja tecnicamente um “vibrador” no sentido moderno, o vibrador foi uma inovação importante na história dos objetos sexuais. Foi concebido para tratar a "histeria feminina" e abriu caminho para a aceitação dos brinquedos sexuais.

Conclusão

A história dos consolos é um testemunho da mudança de atitudes em relação à sexualidade humana. Das culturas pré-históricas à era digital, estes objetos evoluíram não só no seu design e tecnologia, mas também no seu significado cultural. À medida que o estigma em torno da sexualidade continua a desaparecer, os dildos estão a estabelecer-se como parte integrante do bem-estar sexual em todo o mundo, apoiados por estudos arqueológicos que mostram a sua longa e rica história.


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